Lamentavelmente
ontem recebemos a notícia da morte de um grande ator americano chamado Robin
Williams, mas algo me chama mais atenção além de descobrir apenas ontem, que
muitas pessoas o admiravam, é que sendo a depressão uma doença muito séria
ainda hoje muitas pessoas a ignoram.
Não estou dizendo que o ator em questão tenha se suicidado ou qual o motivo da morte, não é esta a
intenção desta postagem, mas quero chamar atenção de vocês diante de um problema que
acomete muitos que partem para a vida no exterior.
Nem sempre estamos nos nossos melhores dias, uns dizem que são influências diversas que regem nossos estados de humor, alguns explicam que a lua faz coisa que não imaginamos, outros relatam que o resultado de um jogo de futebol do time na qual torcemos também tem o mesmo resultado “alterador ou desestabilizador de humor” como qualquer outro que possamos imaginar...
Então, conversa vai e conversa vem com alguns residentes em terras um tanto quanto distantes daquela que suas raízes foram ramificadas em terrenos afetivos e materiais... despertou em mim novamente interesse à área da Psicologia Intercultural. Alguém aí deve ter dito: Psicologia Inter... o quê?! Em resumo, a Psicologia Intercultural estuda o comportamento humano em relação a culturas diferentes, sobre a adaptação nesta outra cultura, o “voltar para casa” depois de um significativo tempo fora do país de origem entre outros pontos...
Existem algumas criaturas que nascem carecas, sem dentes e todas características exclusivas de um neonato assim como nós, que muitas vezes não se sentem adaptados ao mundo no qual vivem, e estes buscam diversas formas para ao menos tentar se adaptar, e o que eles fazem? Alguns de vocês devem perguntar.. Estes buscam na arte expressar um pouco daquele mundo que muitas vezes gira de uma forma diferente... contrária, tranversalmente àquela habitual por outros, e de tantas outras formas absurdas de explicar como funciona a mente de cada ser vivente.
Daí chega a um ponto que uma pessoa procura sair, se afastar do ninho, pois algo dentro dela diz que não vive no espaço de terra dividido politicamente por alguns que sequer sabemos claro o porquê e quais interesses os levaram a decretarem ou estipularem assim... ou resumidamente, não vive no país que gostaria de viver. Então, esta mesma pessoa junta algumas poucas roupas e pertences e parte para vida longe de casa... então, depois de algumas horas de vôo, e tantas outras que divide a decisão, o planejamento, e a realização em si, este ser quase extraterrestre diante dos olhos de alguns, coloca seus dois pés num novo país. Os olhos enchem de brilho, o estômago que já estava meio embrulhado, dá mais uma mexida como se estivesse numa descida de uma grande roda-gigante... e a vida praticamente recomeça... Novo idioma, uma cultura por mais parecida com aquela sua já conhecida sempre será uma “nova cultura”, novos lugares, novas pessoas, nova casa... tudo, absolutamente tudo muda, e agora quem está mudando somos nós também, na tentativa de nos adaptar a este novo mundo, e então cada indivíduo agirá e usará as ferramentas que tem para lidar com toda esta demanda... e Opa! Algo pode começar a incomodar...
Voltando à Psicologia em questão, não precisamos pensar muito para já entendermos o que pode acontecer com esta pessoa que sai de casa, perto da família, com seu idioma nativo, e todas as outras relações, enfim todos ônus e bônus que uma vida comum acumula no decorrer de tantos anos. Mas o importante é que nosso viajante, (é o que tenho como objetivo para este artigo), tem consciência de tudo isto que está ocorrendo ao seu redor e sabe bem o que fazer: Não ignora estas mudanças, não aceita isso como verdade absoluta e imutável, e procura seu médico/terapeuta e o informa sobre o que está acontecendo.
O mundo muito perdeu e está perdendo celebridades por diversos problemas parecidos, mas nós não permitiremos mais que um amigo ou ente querido sofra (sem que façamos algo ou ignoremos) desta doença tão corrosiva e debilitante chamada “depressão”, pois como qualquer outra doença deve ser tratada, e depois não adianta se lamentar dizendo: “ele era um ator tão formidável”, “ele era um filho tão amoroso”, “bah que amigo querido...” Faça hoje a sua parte! Divulgue informações sobre a doença, pois talvez com um pouco mais de informação deixemos de ser tão ignorantes e insensíveis diante de alguns problemas tão sérios como este.
Por onde andei antes desta publicação:
Sobre Psicologia Intercultural: Interculturapsi, brasileiros-na-alemanha;
Celebridades com doenças mentais: Activa;
Morte de celebridades expoe o drama da depressão masculina: Otempo;
Fonte da imagem título:
Doguinho preto;
Doguinho preto;
Boa.
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