quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Morte de Robin Williams, depressão e morar no exterior:


Lamentavelmente ontem recebemos a notícia da morte de um grande ator americano chamado Robin Williams, mas algo me chama mais atenção além de descobrir apenas ontem, que muitas pessoas o admiravam, é que sendo a depressão uma doença muito séria ainda hoje muitas pessoas a ignoram. 

Não estou dizendo que o ator em questão tenha se suicidado ou qual o motivo da morte, não é esta a intenção desta postagem, mas quero chamar atenção de vocês diante de um problema que acomete muitos que partem para a vida no exterior. 


Nem sempre estamos nos nossos melhores dias, uns dizem que são influências diversas que regem nossos estados de humor, alguns explicam que a lua faz coisa que não imaginamos,  outros relatam que o resultado de um jogo de futebol do time na qual torcemos também tem o mesmo resultado “alterador ou desestabilizador  de humor” como qualquer outro que possamos imaginar...

Então, conversa vai e conversa vem com alguns residentes em terras um tanto quanto distantes daquela que suas raízes foram ramificadas em terrenos afetivos e materiais... despertou em mim novamente interesse à área da Psicologia Intercultural. Alguém aí deve ter dito: Psicologia Inter... o quê?!  Em resumo, a Psicologia Intercultural estuda o comportamento humano em relação a culturas diferentes,  sobre a adaptação nesta outra cultura, o “voltar para casa” depois de um significativo tempo fora do país de origem entre outros pontos...

Existem algumas criaturas que nascem carecas, sem dentes e todas características exclusivas de um neonato assim como nós, que muitas vezes não se sentem adaptados ao mundo no qual vivem, e estes buscam diversas formas para ao menos tentar se adaptar, e o que eles fazem? Alguns de vocês devem perguntar.. Estes buscam na arte expressar um pouco daquele mundo que muitas vezes gira de uma forma diferente... contrária, tranversalmente àquela habitual por outros, e de tantas outras formas absurdas de explicar  como funciona a mente de cada ser vivente.

Daí chega a um ponto que uma pessoa procura sair, se afastar do ninho, pois algo dentro dela diz que não vive no espaço de terra dividido politicamente por alguns que sequer sabemos claro o porquê e quais interesses os levaram a decretarem ou estipularem assim... ou resumidamente, não vive no país que gostaria de viver. Então, esta mesma pessoa junta algumas poucas roupas e pertences e parte para vida longe de casa... então, depois de algumas horas de vôo, e tantas outras que divide a decisão, o planejamento, e a realização em si, este ser quase extraterrestre diante dos olhos de alguns, coloca seus dois pés num novo país. Os olhos enchem de brilho, o estômago que já estava meio embrulhado, dá mais uma mexida como se estivesse numa descida de uma grande roda-gigante... e a vida praticamente recomeça... Novo idioma, uma cultura por mais parecida com aquela sua já conhecida sempre será uma “nova cultura”, novos lugares, novas pessoas, nova casa... tudo, absolutamente tudo muda, e agora quem está mudando somos nós também, na tentativa de nos adaptar a este novo mundo, e então cada indivíduo agirá e usará as ferramentas que tem para lidar com toda esta demanda... e Opa! Algo pode começar a incomodar...

Voltando à Psicologia em questão, não precisamos pensar muito para já entendermos o que pode acontecer com esta pessoa que sai de casa, perto da família, com seu idioma nativo, e todas as outras relações, enfim todos ônus e bônus que uma vida comum acumula no decorrer de tantos anos. Mas o importante é que nosso viajante, (é o que tenho como objetivo para este artigo), tem consciência de tudo isto que está ocorrendo ao seu redor e sabe bem o que fazer: Não ignora estas mudanças, não aceita isso como verdade absoluta e imutável, e procura seu médico/terapeuta e o informa sobre o que está acontecendo.

O mundo muito perdeu e está perdendo celebridades por diversos problemas parecidos, mas nós não permitiremos mais que um amigo ou ente querido sofra (sem que façamos algo ou ignoremos) desta doença tão corrosiva e debilitante chamada “depressão”, pois como qualquer outra doença deve ser tratada, e depois não adianta se lamentar dizendo: “ele era um ator tão formidável”, “ele era um filho tão amoroso”, “bah que amigo querido...” Faça hoje a sua parte! Divulgue informações sobre a doença, pois talvez com um pouco mais de informação deixemos de ser tão ignorantes e insensíveis diante de alguns problemas tão sérios como este. 


Por onde andei antes desta publicação:
Sobre Psicologia Intercultural: Interculturapsi, brasileiros-na-alemanha;
Celebridades com doenças mentais: Activa;
Morte de celebridades expoe o drama da depressão masculina: Otempo;


Fonte da imagem título:
Doguinho preto


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Vende-se casa na Itália por 1 euro!!



É meus queridos, parece piada, não é?! Mas acreditem se quiser, é verdade!! E antes de procurarem o asterísco minúsculo que explicaria melhor este anúncio eu vos explico: 

Claro que a história não é beeem assim.  E óbvio que o valor é simbólico, mas o buraco que é mais embaixo é justamente o estado que as casas se encontram: São casas que precisam certamente de reforma, e com certeza estas reformas  serão muito bem pagas, e estes valores muitas vezes são astronomicos. 


Os comunes de Salami, Gangi e Carrega Ligure localizados respectivamente nas provincias de Trapani, Palermo e Alessandria, estão promovendo esta iniciativa. A única exigência é quem compra estes imóveis terá que arcar com o custo das reformas. Mas não se animem muito, pois conforme eu me informei com alguns entendidos do assunto, as regras e exigências para reformar imóveis que muitas vezes “históricos” são muito rígidas, acredito que no Brasil também seja, mas enfim, só quis compartilhar a notícia. 


Para terminar, os comunes de Salami que teve um terremoto em 1968, e Gangi,  desejam recuperar imóveis abandonados no centro histórico da cidade, e o comune de Carrega Ligure tem como objetivo desta iniciativa,remediar o despovoamento do comune, que pasmem possuia um número de 3.000 habitantes e agora conta com apenas 98. 


Então, depois de quebrarem o porquinho e sacarem algumas centenas de milhares de euros na conta do banco suíço, desejo a todos muito boa sorte nesta nova empreitada!! E se não conseguirem comprar um dos imóveis por um euro, não se preocupem, não faltam casas nas mesmas condições, mas com valores reais de mercado. Afinal, quem se interessa por um imóvel nestas condições, dinheiro não seria o problema. 



 Por onde eu andei antes de escrever este artigo: 

Fonte da imagem:


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Itália 2014, “crise”, e dificuldade de arrumar emprego:



Bom dia meus queridos, 

Hoje responderei uma pergunta de um leitor do blog, assim minhas ideias poderão ser uteis a outras pessoas que também estão com planos de vir para a Itália “tentar a vida”. (Pois como turistas o discurso muda). 

Para situá-los quanto à pergunta eu resumirei da seguinte forma: Ouvimos todos os dias pessoas (poderíamos dizer neste caso – brasileiros) reclamamando da tal “crise que assola” a Itália, mas não vemos estes tornando ao seu país natal, salienta o leitor que percebe um número maior de mullheres em relação aos homens nestas condições. E para quem “topa qualquer tipo de trabalho” é difícil arrumar algo como: na construção civil, garçom ou motoboy?! 

Então, lá vou eu seguir com a minha opinião sobre tal questionamento: 

Em primeiro lugar, confesso que não tenho muito contato direto com brasileiros que vivem aqui. Mas há algum tempo já ouço falar que muitos brasileiros foram embora, que antes era muito mais comum encontrá-los. Então, se o pessoal está reclamando e não está voltando ao Brasil, eu não sei. 

Sobre o número de mulheres estarem reclamando mais: O que eu percebo acompanhando anúncios de empregos é que eles selecionam muito mais mulheres do que homens. Apesar de existir lei que regulamenta que anúncios de empregos devem ser dirigidos a ambos os sexos, qualquer nacionalidade..e blablabla na prática não é bem isso, os empregadores ou aqueles com intenção de obter algum tipo de serviço discriminam verdadeira  e explicitamente.  E acrescento outra ideia para finalizar este ponto, é que sempre é relativo, pois existem trabalhos exercidos na sua maior parte por homens e outros por mulheres, então talvez um grupo isolado de queixas não é o suficiente para formarmos alguma opinião mais acurada sobre o tema. 

Empregos como, na construção civil, garçom e motoboy: Antes de responder eu diria que a Itália nunca foi país para “ se fazer dinheiro”, mas sim para viver bem, neste período atual (de 2008 para cá) pior ainda, principalmente em relação a trabalho, ou melhor para arrumar trabalho. Eu tenho que ter um certo cuidado ao responder sobre isso, pois eu não quero desmotivar ninguém, mas por outro lado eu tenho que dar a minha opinião real, e não “passar a mão na cabeça” de todos. Eu sempre respondo dizendo que depende, afinal, tudo depende de alguns fatores... O mercado de trabalho está meio balançado, muitos negócios fecharam e estão fechando, entre eles indústrias... e estas últimas estão indo atrás de mão de obra mais barata. Ou seja, para qualquer lugar longe daqui. Eu não sei se já citei isto por aqui, mas eu repito, a situação atual faz com que algumas pessoas se fechem como porco-espinho para se protegerem neste momento, cada um preocupado com seu bolso, e isso gera consequencias... onde um mercado, ou sistema que se fecha ou encolhe, o dinheiro não circula, e cada vez mais “atravanca” tudo. Um exemplo bom, e que já responde parte da pergunta do leitor é sobre a construção civil, onde tem obra muitas coisas funcionam, vários setores se movimentam: o transporte de qualquer material, as indústrias que fabricam materias de construção, profissionais diversos, e tantos outros setores.. continuando com a questão, os restaurantes em torno destas obras se queixam muito do movimento que vem baixando, afinal diminuem as obras, diminuem os trabalhadores envolvidos..  Quanto ao trabalho de motoboy, eu acrescentaria à primeira frase deste parágrafo justificando-a como um ponto cultural, ou seja, aquela correria de uma grande cidade brasileira como São Paulo e Porto Alegre, não percebemos aqui, não que não exista este trabalho sobre duas rodas, mas sempre a proporção será gritante, e isso limita muito a probabilidade de se encaixar no ramo. 

Já fui muitas vezes desmotivado em iniciar qualquer tipo de atividade que pensava fazer, quando vivia na região do Vêneto, onde o pessoal parecia ter as ideias mais “quadradas” mais fechadas, e não quero repetir aqui a mesma forma,  desmotivando-os em qualquer um destas áreas citadas.   Mas depende muito da região, da cidade em questão... afinal, ser motoboy numa cidade do interior da região do Vêneto é bem diferente que em Milão, tentar uma vaga de garçom numa cidade turística é bem diferente que em qualquer outra cidade... e por aí vai. Pode parecer um tanto óbvio para alguns, mas de qualquer forma não custa nada eu salientar tal observação. 

Pessoal, no mais era isto. Já me estendi por hoje. Fico por aqui, e até a próxima! Grande abraço a todos!

Fonte da imagem: Crise


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